Pequenos Pensamentos - Baratas, livros e valores

-- Sobre baratas:

Eu morro de pavor de barata. Mesmo.

Claro que não sou de subir em banquinho e dar escândalo, porque não sou de dar escândalo de modo geral, mas saiu correndo rapidinho de onde estiver e procuro feito louca veneno, taco nela até não poder mais e se ela se mexer corro e me escondo. Para sempre. Ou até alguém vir e matar (nesse caso a minha mãe porque o Gui também tem medinho de barata XD).

Muita gente tem nojo e por isso as odeiam, mas eu não. Eu tenho pavor. E raiva, claro...

Mas no meu caso há um trauma profundo pra causar esse sentimento: Já fui molestada por uma barata!

Tudo aconteceu quando morava em São Paulo e estava dormindo bela e inocente em minha caminha de solteira, num calor do verão paulistano.

No meio da noite senti uma coisa roçando no meu colo, acima do busto, passei a mão incomodada e olhei, achei que era o pingente do colar que usava e voltei a dormir.

Senti novamente algo roçando no mesmo ponto e quando olhei de novo  vi a bicha se mexendo.

MANU!

Dei um pulo tão colossal que do meu beliche fui parar na cozinha, na COZINHA!

Minha mãe acordou e foi olhar o que era e eu: BARATA, BARATA, BARATA!!!

Mamãe, que tem raiva de barata e veste a personalidade exterminadora total, procurou, procurou e nada. Achamos que a safada tinha ido embora.

Voltei a deitar meio assim, né? Porque até encontrar o corpo, nada de confirmar a morte.

Estava lá, quase pegando no sono de novo, quando senti algo roçando na minha perna e subindo, olhei e lá estava ela DE NOVO!!!!

Meu!! Pra que, dona barata? Pra que??!!

Depois disso, procuramos NOVAMENTE  e nada da ordinária. Resultado: voltei a dormir toda coberta, num casulo infernal no calor do verão, suando a bicas, mas sem coragem de descobrir uma partezinha só do corpo.

Carrego o trauma do abuso até hoje e uma das coisas que adquiri com a experiência foi o prazer sádico de não matar uma barata de uma vez, confesso.

Gosto de deixar elas meio tontinhas e depois levar pra algum lugar seguro e tacar fogo.

Não chego ao nível da minha mãe, que tacou fogo num sofá DENTRO de casa pra matar uma barata que entrou dele.

...Digamos que o trauma tenha me deixado apenas sádica e não louca. XD

-- Sobre livros e valores:

Vou confessar uma coisa que tem me irritado profundamente:

‘A obra (insira livro, filme, animação, HQ aqui) tal me ensinou a ter bons valores. A obra tal me ensinou que dinheiro não é tudo e que amizade é muito importante. Me ensinou a respeitar meu pai, mãe, tio, prima, irmão, sobrinho, cachorro, papagaio...’

...Mesmo?

Achei que essas coisas a gente aprendia com pai e mãe, com família e bons amigos, e que com o tempo exercitava com o próximo.  E que essas obras serviam pra fortificar (ou não) boas atitudes em cada um.

 Agora dizer que ela TE ensinou... Ok, vejamos:

Tu começou a ler um livro de boa vontade com o que? Dez anos?

Então... até os dez anos você NÃO SABIA que tais valores eram importantes?

Uau, faço idéia do demônio que tu era, hein? ¬¬

Ok, vou dizer que apenas UMA obra me ensinou a aplicar MUITOS valores que aprendi, mas que com o tempo e por causa do meio em que vivemos a gente vai esquecendo. E ela não foi escrita nos anos 90. Nem 80... nem nada disso.

Tudo bem que bons livros ajudam as pessoas pensarem, mas crianças e jovens adultos confessando que os livros os ensinaram tais valores me faz questionar o que os pais têm passado pros filhos hoje em dia. ôO

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