Uma das coisas que mais me deixa triste quando saiu de
uma sessão de cinema a noite, é ver uma mãe com uma criança de meses no colo
pedindo uns trocados.
Não me incomoda a mãe, a criança ou a situação em que eu me
encontro, mas a situação em que se encontram aqueles dois seres humanos, tantas
pessoas na nossa cidade, país, mundo. E isso me faz pensar na miséria batendo
na nossa porta todo dia sem podermos fazer nada a não ser dar um trocado ou
pagar um salgado de vez em quando... Isso quando não ficam as duvidas se aquela
criança é mesmo filha daquela mulher, porque uma mãe carregar uma criança de
colo e a manter acordada na rua àquela hora da noite é estranho, pra dizer o
mínimo... Mas não vou entrar nesse mérito aqui.
Vivemos num mundo de miséria, de desconfiança, de diferenças
sociais que não se escondem mais apenas nos bairros afastados. Ela bate na sua
cara todo dia, toda hora.
Você sai do cinema, depois de uma tarde de razoável conforto
e diversão (quisá algumas compras) num shopping e dá de cara com a realidade
que te sufoca, te faz sentir um pouco culpado e até inútil em pensar que não
pode mudar o mundo sozinho, não pode mudar nem a situação daquela mãe (se é que
ela é realmente a mãe) ou daquela criança.
É triste e frustrante...
Depois de amargar um pouco a respeito, chega a sua casa e
senta diante do PC pra conferir seus e-mails, olhar as indiretas do twitter, as
fotos nonsense (ou de comida *O*) no tumblr, verificar a poluição visual do seu
facebook... e dá de cara com um outro tipo de pedinte: O pedinte da internet.
Completamente diferente dos pedintes de porta de shopping/do
sinal de trânsito, esse pedinte não desperta compaixão e nem reflexão sobre o
mundo, desperta apenas uma irritação repetitiva.
O pedinte da internet é aquele cara que te segue no twitter
sem você pedir e do nada vem dizendo: te sigo, me segue de volta?
...Não e nem te pedi pra me seguir.
Ou ele vem no seu Deviant Art, elogia os seus trabalhos e
logo após deixa a pérola: visita minha galeria?
Ô coisa chata!
No meu caso, por escrever algumas coisas de vez em nunca,
encontro no caminho virtual pessoas que nunca vi de perto, nunca travei diálogo
de mais de duas ou três frases, me pedindo ‘pra dar uma lida nesse roteiro e
dizer o que eu acho’...
Pessoas, por favor... não existe isso de ‘dar uma lida no
meu roteiro’ pra quem não é seu parente ou amigo ou editor. Simples assim.
Ler é algo que fazemos por trabalho, por prazer ou por
obrigação, nunca por favor. A leitura precisa ser motivada por no mínimo
curiosidade e pedir, do nada, que alguém que não te conhece leia o seu roteiro
(por mais excelente que seja não estou falando de qualidade aqui) não vai
despertar o interesse e nem a curiosidade da pessoa.
É o mesmo que pedir pra um desenhista fazer um desenho seu
de graça. Irrita e ofende pensar que a pessoa não tem mais nada pra fazer a não
ser ler um roteiro/fazer um desenho e dizer o que acha.
Se quiser ler o seu roteiro, depois de falarmos sobre ele (e
isso se você for um conhecido meu pra essa conversa surgir) eu mesma vou pedir.
Aí muita gente vai dizer que sou grossa, ok. Tudo bem se
quiser me chamar assim, mas aproveita e chama também aquele seu amigo médico
pra te fazer um check up rapidinho e dizer o que acha. Pede pro seu amigo contador
pra cuidar do seu imposto de renda e dizer o que acha.
Não dá, né?
Povo acha que trabalhar com arte dá pra quem está em volta, observando,
passe livre pra pedir favorzinhos, já que, ah! É rapidinho...
Enfim... temos também o pedinte de retuites no twitter.
Ahhhhh, esses me irritam ainda mais!
Comentei a respeito disso no meu twitter essa semana, mas
vou repetir aqui: Amiguinhos, entendam que RT não é favor, não é obrigação, não
é camaradagem, é vontade ou no máximo uma cortesia.
Sou o tipo de pessoa que dá RT em coisas que acho
interessante, como uma frase, um link pra alguma curiosidade/informação/imagem.
Algo que me motiva a compartilhar pra meia dúzia de gato pingado que se
interesse em ver.
Não ligo à mínima se o meu RT vai dar mais ‘fama virtual’
pra quem foi retuitado, até porque não tenho tantos seguidores nem sou figura
famosinha de internet ou de sei lá o quê. Dou RT pra divulgar ou dividir.
Algumas vezes dou RT em links de amigos pessoais ou de
profissionais que tenho algum contato, conhecidos embora não amigos. Nesses
casos só faço quando acho que vale a pena.
Quem me conhece sabe que não sou o tipo de pessoa que gasta
elogio como quem assua o nariz no resfriado. Eu só elogio algo quando gosto
mesmo, odeio puxar o saco e detesto que puxem o meu. Sempre digo (e repito) que
o ‘elogio faz o bom melhor e o mau pior’.
Geralmente o meu elogio é só ‘muito legal, legal, ficou
maneiro, lindo...’, algo assim. Não é frieza é simplesmente meu jeito de dizer
as coisas. Claro que com outros amigos eu cito o trabalho da pessoa com frases
como ‘caraca! Tu viu o desenho da fulana?! É uma vaquinha nojenta mesmo! Tá
lindo!!!!’, mas isso é com segundo, terceiros ou quartos, nunca fico
completamente ‘fangirl’ com a pessoa em si.
Isso já me gerou problemas do tipo: ‘você não fala nada dos
meus desenhos, dos meus dolls, do meu blablabla’. E honestamente? Não falo
mermo, não sou de dar festa em elogio.
Mas ok, no tw dou RT pra trabalho de amigos que acho que
valem a olhada, lida, visita e essa é também uma das maneiras de elogiar o esforço,
arte da pessoa.
Então, vem aquele cidadão com quem trocou meia dúzia de
palavras no twitter, vê que você deu RT em alguém e pede: ‘Visita meu blog?
Retuita por favor? Divulga pra mim?’
...
Vou explicar o que faço nesses casos:
1 – Entro no link
2 – Vejo se vale a pena
3 – Decido se vou dar RT ou não
São sempre esses três passos.
Se eu decidir não dar RT numa próxima vez que a pessoa
pedir, já conhecendo o seu trabalho ou o seu estilo, não me dou nem ao trabalho
de olhar o link e nem respondo ao RT.
Se eu decidir dar RT é que as coisas tendem a virar um
círculo chatinho. Por quê? Porque o pedinte de internet tem mania de esmolar RT
sempre.
Ok, vai lá. Digamos que o link seja realmente interessante e
valha a pena, mesmo assim tem coisa mais chata do que gente que só vem falar
contigo pra pedir algo?
Posto no meu blog de doll, nesse blog pessoal, meu DA, meu
site, curiosidades diversas em links e posso contar no dedo quantas pessoas me
dão RT!
E garanto, é menor do que o número de pedintes de RT. Aliás,
alguns dos que mais pedem nunca me deram um RT até hoje.
Entendam, não estou pedindo que retuitem nada meu, se fosse
o caso, mandava o pedido da mesma maneira que me mandam. O que estou dizendo é:
Retuite é uma cortesia e o mínimo que se espera é que a
devolvam.
Não peço RT de desconhecidos, então, quando me pedem o
mínimo mesmo que podem fazer é retribuir o gesto.
Claro que muitos podem dizer: ‘ah, mas não curto as coisas
que você publica’.
Aham, justo. Mas me respondam: Quem disse que eu curto tudo
o que me pedem pra retuitar e que retuito por valer a pena?
Não é porque não gosto de certas coisas que outras pessoas
não vão gostar, certo?
Por favor, que fique claro que to falando de artigos que não
ofendem a moral e bons costumes de ninguém, to falando de coisas como gadgets, por
exemplo, que não sou tão chegada, mas posso achar interessante dividir com as
pessoas que possam ser.
O resumo é: Não fiquem pedindo esses favores toda hora e se
pedir, como no caso do RT, e por cortesia alguém o atenda, demonstre gratidão a
resposta ao seu pedido e faço o mesmo.
A máxima de ‘faça pros outros o que quiser que façam pra
você’ vale o mesmo pra internet no meu caso e se não é o seu, não precisa nem
me pedir RT, porque não vou te dar.
*PS: E obrigada a todos que me dão RT me pedindo ou não algo antes. :P
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